Capital é considerada um celeiro do automobilismo, com representantes desde a década de 1970, quando a pista foi inaugurada, até os dias d...
Capital é considerada um celeiro do automobilismo, com representantes desde a década de 1970, quando a pista foi inaugurada, até os dias de hoje, mesmo com o fechamento do principal equipamento do esporte na capital federal.
“O projeto de Brasília é impressionante, com nível europeu em asfalto, drenagem, áreas de escape e segurança. Estou muito feliz em ver o resultado desse trabalho”
Gabriel Bortoleto, piloto da F1
As avenidas largas e o traçado moderno de Brasília, idealizado por Lucio Costa e projetado por Oscar Niemeyer, inspiram pilotos desde os primeiros anos da cidade. Antes mesmo da inauguração do Autódromo Internacional de Brasília, em 1974, a capital federal já tinha provas de rua demonstrando a vocação natural para o automobilismo. Com a inauguração do complexo voltado ao esporte, a cidade se consolidou como um celeiro de talentos da alta velocidade — três pilotos da Fórmula 1 saíram da capital (Nelson Piquet, Felipe Nasr e Nelsinho Piquet) —, característica que segue até hoje, mesmo com o espaço fechado há quase 12 anos.
Campeão sul-americano na F3 e com carreira nas categorias Indy e Stock Car, Vitor Meira fez questão de elogiar a pista brasiliense, que, segundo ele, está nos moldes internacionais. “Essa pista é tecnicamente muito atualizada”, avalia. “Não é em uma pistinha pequena que, de repente, o piloto vai para a Europa e se depara com uma pista gigantesca e tem uma nova adaptação. Isso aqui vai servir de parâmetro para o Brasil e para as categorias de base. Tenho certeza que daqui para frente veremos esses elevados e essas arquibancadas cheias e muito carro na pista”.
Essa também é a expectativa de Pedro Cardoso, 26, piloto de TCR e F4. O automobilista brasiliense esteve na última corrida disputada no Autódromo de Brasília antes do fechamento. “Desde aquela época estamos na expectativa da reabertura”, relata. “Foram longos 11 anos, um processo de vai e volta, mas finalmente teremos a entrega desse projeto sensacional. Estou muito feliz”. Sobre a reforma, ele só tem elogios: “A qualidade da pista é realmente muito boa, é muito técnica. Se eu não me engano, é a maior pista que temos no Brasil, em termos de metragem. Então, tudo isso é muito positivo”.
Piloto de Stock Car e confirmado na etapa nacional, Enzo Elias, 23, nunca havia corrido na pista do Autódromo de Brasília. A primeira oportunidade foi durante uma visita técnica conduzida pelo GDF e pelo Banco de Brasília (BRB), atual gestor do complexo. A volta foi suficiente para impressionar o jovem. “O asfalto está incrível”, analisa. “Não vejo a hora de botar o carro de corrida para acelerar aqui. De fato é um sonho de vida mesmo. Todo mundo com quem já conversei sempre elogiou muito o traçado e a localização do autódromo. Então, realmente, a expectativa está lá no teto para poder estrear. O coração bate um pouquinho mais forte do que o normal. A ansiedade está a mil”.
Especialista em automobilismo, o ex-piloto e jornalista João Luiz da Fonseca ressalta que a volta do autódromo será muito importante para o cenário como um todo. “É um projeto bem-feito, um dos poucos projetos onde todo mundo, antes de ele fechar, gostava de vir correr”, diz. “Vai trazer muita gente, aumentar o turismo, o emprego e a renda. Deixa de ser só o esporte para ser benéfico para a cidade. É um autódromo que pode ser bem-explorado para ter atividades o ano inteiro. Fico feliz que, depois de 11 anos fechado, finalmente apareceu um governador que teve coragem de fazer o autódromo ter vida novamente”.
Visitas ilustres
Desde que a pista entrou na reta final das obras, o Autódromo Internacional de Brasília tem recebido visitantes ilustres para conferir a reforma. Na última semana de outubro, o piloto de Fórmula 1 Max Verstappen foi até o local acompanhado por Nelson Piquet.
Na ocasião, o tetracampeão mundial disse ter gostado da pista: “Achei muito legal. O layout é muito rápido. Acho que vai ser muito bom quando estiver aberto, vai ser uma diversão para carros e bicicletas”. Já Piquet considerou a pista “muito boa, larga e segura”. A segurança, inclusive, foi um dos critérios da reforma que criou 13 áreas de escape e incluiu mais de 10 mil metros de guard rails e 40 mil metros quadrados de caixas de brita.
Em agosto, quem esteve no novo pavimento foi o piloto brasileiro da F1, Gabriel Bortoleto. “É incrível ter mais um autódromo de qualidade no Brasil”, elogiou. “O projeto de Brasília é impressionante, com nível europeu em asfalto, drenagem, áreas de escape e segurança. A pista é larga, rápida e oferece pontos de ultrapassagem, o que cria muita competição. São seis layouts diferentes, permitindo diversidade e desafios para os pilotos. Estou muito feliz em ver o resultado desse trabalho”.
Novo autódromo
Inaugurado em 1974, o Autódromo de Brasília foi pioneiro desde a construção pelo tamanho da pista. Com a atualização, os 5.384 metros de extensão se dividem em 16 curvas, seis traçados, duas variantes e duas entradas de boxes. A infraestrutura completa do complexo soma 15.592 metros quadrados.
Da redação do Portal de Notícias
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